sexta-feira, 15 de março de 2013

Reflexão da Sexta-Feira/Joia rara


Nós sabemos que o diamante é uma pedra extremamente delicada, bela e de significativo valor. Para chegar àquilo que vemos – muitas vezes apenas pela vitrine de joalherias – ele precisa ser lapidado. E aquela talha bem feita é o que traz toda protuberância de seu foco. Quanto mais bem feito o entalhe da pedra, mais admirável é o resultado. Posto sob a luz, o diamante – antes bruto –, produz um conjunto de reflexos e, mesmo ausente de cor, parece então multicolorido. O artista é paciente. Lapidar um diamante pode levar dias, meses, anos... Ele estuda a pedra: seu tamanho, peso, forma... Demarca o objeto, mede, aprecia por outro ângulo. Suas raras mãos anseiam trazer aos olhos o brilho escondido no interior daquela pedra rude. Cuidadoso, dia após dia, o lapidador trabalha fielmente até o resultado por ele esperado. A simetria é precisa, o polimento fino e as facetas estão em conjunção umas com as outras, jogando entre si luzes, presenteando seus olhos. Ele fica orgulhoso.
O ser humano é igualmente uma pedra de extrema delicadeza, bela e de significativo valor. Mas, para chegar àquilo que é ou tenta ser a cada dia, precisa ser lapidado, como os diamantes. A diferença é que o homem tem a oportunidade de ser seu próprio artista. Seu processo de melhoria, de pedra bruta para pedra preciosa, depende do que faz, do que busca ser continuamente, para si e para o próximo.
O trabalho é ininterrupto e demanda calma, determinação, sabedoria e muito amor. O primeiro passo para quem ainda não iniciou a própria lapidagem é apenas a pré-disposição para querer ser melhor.
Como artífice, pode também estudar seu interior: traçar metas, rever suas atitudes, se esforçar, se organizar, questionar-se... Tudo para que seu entalhe saia perfeito e ele alcance com sucesso o desejo de seu coração: o de ser uma pessoa diferente. Uma pessoa pura, de luz. 
O diamante tosco sofre as pancadas do entalhe. É a arte operando sobre ele. A vida também sacrifica às vezes. É o aprimoramento da alma, da essência humana. Quanto mais exata a batida, mais valiosa será a pedra.
Somos assim. Diamantes pela valia e pela força, pela resistência. Pedra mais preciosa que esconde atrás da grosseira aparência um brilho peculiar disfarçado. Pedra que precisa ser minuciosamente trabalhada para mostrar os mais belos atributos encobertos no âmago, sob ásperas camadas adquiridas ao longo dos anos.
No homem, este brilho almejado é o que se converte naturalmente em gestos de amor. É o brilho de intensa e irradiante luz capaz de iluminar outros homens. Brilho da verdadeira e mais rara joia.

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