O fenômeno dos livros para colorir anti-estresse já indica que existe algum efeito extremamente relaxante em sentar com papel e caneta e deixar a imaginação fluir. Mas para os pesquisadores da Brooklyn College não bastava saber que desenhar gera uma sensação boa: eles queriam saber o motivo.

Depois, cada grupo desenhou por 15 minutos. Um dos grupos tinha de colocar no papel as emoções que estavam sentindo naquele momento. O outro recebeu a estranha missão de desenhar os próprio sapatos.
Por trás dessas tarefas estavam as duas principais teorias sobre o efeito relaxante da arte. Uma delas defende que os benefícios da arte vem da catarse - da capacidade de desabafar toda a sensação ruim e, assim, se livrar dela. Do outro lado, a hipótese aposta na distração: não pensar no tema estressante ajudaria as emoções a se regularem.
O experimento durou quatro dias - em cada dia, um grupo desabafava com o lápis, o outro desenhava coisas esquisitas, como em um exercício de observação. Depois eles relatavam seu estado mental.
É claro que, para obter os benefícios do desenho, não é necessário usar os próprios sapatos - mas também não vale qualquer distração. Segundo os autores da pesquisa, a distração "terapêutica" precisa de dois quesitos fundamentais: precisa ser uma tarefa que absorva totalmente o foco e a reflexão do desenhista. Ele precisa estar consciente da necessidade de capturar cada detalhe do que está à sua frente. Em segundo lugar, o objeto a ser desenhado precisa ser neutro, sem um forte significado emocional - daí é que vem a grande vantagem de usar os próprios sapatos como "musos".
(Da revista digital Superinteressante)
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