Passavam-se os anos entre 1800 e 1820. Era um tempo nostálgico e nosso imenso Brasil produzia riquezas e mais riquezas a todos que aqui estavam e até para quem estava fora (portugueses), principalmente o ouro, que jorrava em grande quantidade na Vila do Infante (atual Pitangui).
Todavia, o grande volume de ouro extraído se contradizia com a falta de alimentos na Vila e arredores, uma vez que não havia produção agrícola já que todos se interessavam mais com o metal amarelo. Muitos morreram de fome pela ambição desenfreada.
Foi então que, a conselho de Dona Luiza Medeiros, produtora e dona da fazenda Monjolos, no limite com Dores do Indaiá, os senhores Maximiano Araújo (pernambucano de origem) e Jerônimo Vieira (português) vieram para a região, sabedores de que aqui as terras eram fecundas e havia abundância de águas, principalmente as do Velho Chico.
Logo que se estabeleceram, Maximiano na proximidade do Córrego do Junco e Jerônimo na Barra do Rio Pará, os dois prosperaram e produziam alimentos em abundância, satisfazendo as necessidades dos moradores da região aurífera.
Como eram muito religiosos, praticantes do catolicismo, resolveram agradecer a Deus, edificando um templo onde realizariam missas pelas graças recebidas. A dúvida surgida quanto ao local da construção da Igreja foi o divisor de águas que culminou com o surgimento de nossa querida Abadia.
Maximiano queria que a Casa de Deus fosse construída próxima a sua fazenda enquanto Jerônimo Vieira almejava ver o templo próximo às suas terras. Após muito diálogo, para se chegar a uma definição do local, os dois amigos fazendeiros resolveram a pendência de uma forma bem criativa e original. Cada um sairia de sua fazenda, no mesmo horário, se dirigindo para a fazenda do amigo. O lugar onde se encontrassem seria o marco, o ponto onde erigiriam um lugar santo, uma Igreja.
No local onde se encontraram fora colocada uma cruz de madeira. Neste lugar, hoje está erguida a Igreja Matriz de Nossa Senhora D”Abadia.
Então Jerônimo Vieira, achando que o local do marco se parecia muito com sua terra em Portugal (onde havia um convento de Frades da Ordem dos Abadias), sugeriu que ali fosse chamado de Abadia. Por conseguinte mandou trazer de Portugal uma imagem de Nossa Senhora, fabricada de madeira para adoração dos freqüentadores do templo(a imagem até hoje se encontra na Matriz).
O povoado logo se formou e foi se desenvolvendo até que, em 08 de junho de 1858, se tornou Distrito com o nome oficial de Abadia de Pitangui pela Lei Provincial 911. Como teve rápido progresso, em 1938, precisamente no dia 17 de dezembro, foi elevado à categoria de Município, recebendo o nome de Martinho Campos em homenagem a um ilustre político, filho da região da Vila do Infante que tinha esse nome.
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