Era uma noite de novembro (como agora) e, como morávamos todos juntos na casa do vô furricoco: eu, minha irmã, minhas primas, mãe e vó, sempre tínhamos muitas coisas a fazer antes de ir pra cama, como recitar, decorar a tabuada, ver as regras de acentuação e por aí passávamos todos as noites.
Ocorre que uma prima nossa (não posso citar o nome) namorava um cara (que também nunca citaria o nome) meio romântico, que sempre ia na esquina do cemitério encontrar com ela.
Porém nesse dia ele resolveu inovar: era feriado do dia 15/11 e ele mais dois colegas foram fazer serenata para minha prima. Levaram uma radiola Sonata, de cor vermelha, e pularam o muro do quintal, adentrando no terreiro e ganhando a varanda próximo à janela onde estávamos todos reunidos numa hora (que se fosse hoje) seria depois da meia-noite.
Colocaram a música do Roberto “Amada Amante” e ali ficaram. Nisso um abacate cai no telhado de zinco da privada que havia no quintal, fazendo um estrondo tremendo. Os seresteiros, achando que era meu avô dando um tiro de espingarda fugiram, pulando o muro e deixando a Sonata para trás. Essa é a história da minha primeira radiola, que eles nunca mais viram.
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