sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A Charrete

A charrete, tradicional carroça rural, ainda tem espaço em muitos lugares do interior e, é claro, em nossa querida Badia. O veículo, de tração animal, serve aos fazendeiros, sitiantes e roceiros em seus labores diários. Para quem só aprecia é uma verdadeira nostalgia ver o cavalinho puxando a danada pelos rincões de Martinho Campos. Nesta da foto, os assentos são destinados, além do condutor, às crianças que saem de manhã de suas casas na roça e vão até o ponto para esperar a Kombi escolar que as levarão até a Escola de Ibitira.
Na cidade também tem as charretes, mas estas, em sua maioria, são para pequenos carretos na rua mesmo.
Há muito tempo meu tio João (João panela) tinha uma charrete e um cavalo que ele nomeou, carinhosamente,  como Amendoim. As crianças, quando viam ele passar em seu veículo gritavam: “Mindoim do João Panela” e é claro que ele ficava nervoso né. Mas tudo terminava bem.

Causo do Burrico

“Assucedeu” certa vez que, o amigo Geriowaldo (nome fictício), morador da beira do São Francisco,  entregava leite todo dia no queijeiro de Martinho Campos. Ele levantava cedo, ordenhava as mimosas (vaquinha na Badia é mimosa), juntava o leitinho em duas latas por sobre a charretinha e atrelava o burro na condução e lá ia ele pela estradinha do Junco em direção à querida e formosa Badia.
Acontece que, com o tempo, o burrinho cismou de empacar. Empaca daqui, empaca de lá e o leite chegava tarde lá na queijaria. O “cumpadi” do Geriowaldo, o Zé Cagueiteira (apelido fictício), aconselhou nosso amigo a tentar um remédio que ele sabia pra “mode” do burro “disimpacá” quando fosse preciso. Dizia ele que era só colocar um pouquinho de pimenta malagueta no”fiofó” do burro que ele começava a trotar novamente.
Assim então Geriowaldo aprendeu e, naquele dia, quando já chegava perto do Campo de “Viação” o burrico deu de empacar. O Geriowaldo tirou a rolha do tubão de pimenta malagueta, tirou uns 300g e tacou no “broiz” do pobre do burro. Ah! Meus companheiros de internet, o coitado do animal arrebentou os “bacheiros”, a “arriata”, as cordas, as rédeas da charrete  e saiu em disparada. O Geriowaldo, preocupado com aquilo (pois o leite ficara na charrete e ele tinha horário), não pensou duas vezes. Pegou 500g de malagueta e enfiou no seu próprio “forever”. E, segurando as guias da charrete, também saiu em disparada pela estrada afora.
Quando ele deu de avistar o “Colégio de Cima”, se aproximando do burro que corria, ganhando sua frente, disse ao burro: ____Te espero lá na Queijaria viuuuuuu!? E se foi......

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