Uma passagem muito interessante de minha história pessoal e
a cidade de Martinho Campos não poderia deixar de ser postada.
Era o longínquo ano de 1989 quando fui convidado pela Tia
Mary para trabalhar na Prefeitura Municipal de Martinho Campos. O cargo era
Diretor de Esportes e Lazer (na época um cargo muitíssimo importante). Aceitei
de imediato, até porque estava desempregado.
O cargo porém era dividido com outra pessoa, ou seja, eu era
apenas um dos que dirigiria aquele departamento. Mas tudo bem, trabalho é
trabalho!
Nos primeiros dias tudo transcorrera bem. Éramos tratados
realmente como chefes (hoje vejo que isto não leva ninguém a nada), apesar do
departamento de esportes não ter funcionários além dos chefes.
Após duas semanas sem fazer nada nos veio a informação que,
na próxima segunda-feira, iríamos até BH buscar verbas para as festividades do
Carnaval da Badia (que na época bombava, principalmente com os Anjos do
Inferno, UPA, Kejebão, Vai quem quer...).
Aí começamos a nos preparar. Minha colega de serviço comprou
um vestido longo, foi ao salão e etc etc e tal. Eu, pela primeira vez dentro de
um terno, parecia Leonardo di Caprio no filme Titanic (brincadeirinha).
Passamos um final de semana só treinando como iríamos convencer a secretaria
estadual de esportes e lazer a nos doar dinheiro para o carnaval.
Chegara enfim a segunda-feira. Chegamos na Prefeitura e, de
imediato, nossa chefe mandou que fôssemos até a garagem da prefeitura para
pegarmos o veículo oficial (um opalão bacana demais) para nos deslocarmos até a
capital dos mineiros.
Entretanto, lá chegando, fomos informados que não haveria
viagem nenhuma e que nossa tarefa era limpar o arquivo morto (separando
documentos) e limpar o busto do Juscelino Kubischeck para colocá-lo na
pracinha. Foi uma decepção só. Minha colega esbravejou, xingou, enquanto eu
olhava o horizonte pensativo (pensando como iria pagar aquele terno) e
imaginando um mundo melhor.
Aí fiquei o dia inteiro limpando o Busto do Juscelino, que hoje
se encontra em frente a Fábrica de Móveis Freitas, limpinho da silva.
E o pior foi depois, ao ver o contra-cheque, onde recebi
menos que o salário mínimo, pode?........
Mas foi um grande aprendizado e guardo sempre boas
recordações do meu tempo na Prefeitura Municipal de Martinho Campos/MG.
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