Quando então estudávamos na Escola Dalila Vieira aconteceu
um caso bastante curioso e engraçado. A escola recebia alunos de todos os
bairros da cidade e também da zona rural, apesar do fato de não haver
transporte escolar naquele tempo. Os alunos vinham de charrete, a cavalo, a
mula, a burro e alguns de carro.
Tinha certo cidadão ( não posso citar o nome) que então
estudava com o idealizador deste blog e que vinha de uma fazenda, aqui nas
proximidades da Badia, buscar conhecimentos no Dalila Vieira (onde hoje se
situa a Apae). Era um companheiro na sala, um colega no intervalo e um irmão
nas farras. Porém era tímido demais com as garotas. Ficava vermelho maravilha
quando chegava perto de alguma menina.
Mas, como para tudo tem conserto, aconteceu, numa bela e
fria noite de junho, na quadra de esportes do Abadia, num torneio de futsal
pela Olimpíada do Liga, que nosso companheiro conheceu uma menina que lhe
revirou os olhos. Ficou tão empolgado que suava e suava, suou tanto que até deu
CC. Todavia de tanta timidez ou medo não chegou perto da garota (que por sinal
era bonita mesmo).
Muito decepcionado veio se queixar comigo: “Amigo, o que eu
faço para conquistar aquela menina já que tenho tanta vergonha?”
Calmamente lhe falei que não precisava ter medo. E que ela
também tinha ficado atraída por ele. Bastava ele ir até ela e marcar um
encontro para sábado lá na pracinha para os dois conversarem. Era esse o
primeiro passo.
Nosso colega então criou coragem e, chegando perto da bela,
lhe disse: “Oi, Psiu! Quer conversar comigo no sábado à noite lá na praça?” Ela
de pronto aceitou, pois também ficara gostando dele.
Assim marcado o nosso companheiro, eufórico, me perguntou o
que fazer então no sábado à noite com a garota. Prontamente lhe dei os
caminhos: primeiro você senta com ela num banquinho da praça, converse bastante
sobre os assuntos que ela gosta, fala
que ela está linda, abrace-a e beije-a.
Transcorreu então este diálogo:
Fulano: Tem que beijar?
Eu: Tem
Fulano: Como é que se beija?
Eu: Encosta sua boca na dela e aí pode deixar rolar.
Fulano: Só isso?
Eu: Não! Você primeiro arrume uma roupa bem bonita, tome um
bom banho, passe um perfume, escove os dentes e, ao descer para a praça passa
lá no bar central e compra umas balas Ice Kiss para ajudar.
Fulano: Bom, então tá. Mas você vai comigo para me dar força
né? Você fica escondido por detrás de uma árvore.
Eu: Ok.
No dia então marcado descemos os dois para a praça da
matriz. Meu companheiro então entrou no Bar Central e comprou quase um quilo de
Ice Kiss. Deu pra encher os bolsos da calça.
Fomos então até o banco marcado. Fiquei atrás de uma árvore
e, meu colega, nervoso, começou a chupar bala. O tempo passou, passou e passou.
Após duas horas esperando eis que surge radiante nossa heroína para alegria do
matuto.
Começaram a conversar, porém, após passados cinco minutos de
conversa, nosso companheiro saiu correndo e foi rumando para sua casa.
Assustado fui atrás e, chegando em sua residência o chamei para ver o que tinha
acontecido. Demorou alguns minutos e ele saiu, suando, agitado me dizendo:
“Cara, chupei tanta bala que deu uma diarreia brava em mim que não pude
agüentar”.
Resultado: Estragou a calça nova, perdeu a noite e nunca
mais chupou bala Ice Kiss. (Mas se casou com a garota e são muito felizes)
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