quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Maracutaia no vestibular/Médicos?


É moçada, o negócio é feio mesmo! Tem neguinho fraudando prova de vestibular para medicina. Pior é que o esquema não é recente, ou seja, podemos ter médicos mal-formados receitando para nós neste brasilzão! É uma vergonha. Cadeia para esses bandidos, banimento das faculdades dos calouros pilantras  e busca aos diplomas dos que se beneficiaram.
Vejam a matéria completa no EM de hoje, transcrita abaixo:
Por quantias que chegavam a até R$ 80 mil, um esquema fraudulento desarticulado ontem pela Polícia Federal era capaz de garantir a um candidato ao vestibular de medicina vaga em instituições particulares e públicas de todo o país, credenciando-o de forma ilegal a uma das profissões mais delicadas, por lidar diretamente com a saúde de pacientes. O esquema sofisticado envolvia substituição de vestibulandos por “estudantes profissionais” ou transmissão de resultados para quem fazia a prova. Eram seis quadrilhas, sendo que cinco operavam em Goiás e uma a partir de Montes Claros, no Norte de Minas. Pelo menos seis pessoas foram detidas em território mineiro, na operação batizada de Calouro, cujas investigações foram iniciadas no Espírito Santo. Até o início da noite, ocorreram 46 prisões. Em Minas foram 18 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão, nas cidades de Belo Horizonte, Montes Claros, Governador Valadares (Vale do Rio Doce), Uberaba, Uberlândia, Araguari, Itapagipe, Iturama (Triângulo), Itajubá (Sul), Manhuaçu, Manhumirim (Zona da Mata) e Oliveira (Região Centro-Oeste). Os criminosos agiam também em outros nove estados.

Em Montes Claros, a PF deteve o estudante de medicina Elzo de Souza Barbosa, de 27 anos, integrante do núcleo central da organização criminosa. Ele foi preso em seu apartamento, perto da faculdade particular em que estuda, no Bairro Ibituruna, área nobre da cidade. Com o estudante foi encontrada grande quantidade de equipamentos sofisticados usados para driblar a fiscalização e fraudar os concursos. Entre os eletrônicos, chamaram a atenção óculos especiais dotados de pontos eletrônicos, usados pelos candidatos que contrataram a quadrilha para receber as respostas das provas, resolvidas por outros integrantes da organização criminosa. A adoção da tecnologia do óculos ajudava a burlar o esquema de vigilância dos vestibulares, mesmo nas instituições com detectores de metais na entrada dos prédios.

Também foram apreendidos pontos eletrônicos para ouvidos, computadores, uma impressora de alta definição para falsificar carteiras de identidade, outra impressora usada para a fabricação de cartões de crédito e carteiras com microtransmissores. Cerca de 100 cartões de crédito com o nome do preso foram recolhidos e podem ser falsos.

De acordo com o delegado Eduardo Maurício Araujo, da Polícia Federal em Montes Claros, foi fraudado o vestibular de pelo menos uma instituição da cidade, mas ele não revelou se seria pública ou privada. No município, funcionam três cursos de medicina: da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes, pública) e das faculdades particulares Pitágoras e Funarte. O delegado da PF informou também que entre quatro e seis pessoas recorreram ao esquema fraudulento para obter vagas para medicina na cidade.

Todos os envolvidos serão processados. Porém, as próprias instituições de ensino é que deverão tomar providências para a eventual exclusão deles dos cursos.

Em 10 estados e no Distrito Federal foram 70 mandados de prisão para estudantes, professores, médicos e até um engenheiro. Também foram realizados 73 operações de busca e apreensão, mobilizando 290 policiais da PF. Os integrantes das quadrilhas rodaram o país fraudando vestibulares de medicina, sobretudo de instituições privadas. De acordo com fontes da Polícia Federal, o número de faculdades e universidades que foram alvo das ações criminosas passa de 50. As investigações duraram um ano e seis meses e foram rastreadas ações dos grupos em Minas, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina, , Rio de Janeiro, Pará e Distrito Federal.

Dublês Em Uberaba, no Triângulo, foram detidos dois homens e uma mulher, todos alunos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Outro estudante da região foi detido em Belo Horizonte. De acordo com o delegado chefe da PF na cidade, Carlos Henrique Cota D’Angelo, eles eram os chamados “pilotos”, título que a quadrilha dava aos estudantes que se passavam por outros candidatos para conseguir vagas na faculdade desejada. “Os suspeitos são dotados de grande capacidade intelectual. Usavam identidades e documentação falsificada para se passar pelos vestibulandos inscritos. Faziam as provas no lugar deles pelo preço mínimo de R$ 30 mil”, conta o policial.

No Sul de Minas, os federais prenderam um médico de 29 anos e um comerciante de 36, que participavam do esquema fraudulento. Com eles foram encontrados aparelhos eletrônicos e documentação fria usada no golpe. Um rapaz de 22 anos foi detido em Uberlândia.

Por meio de nota, a PF no Espírito Santo, que coordenou a Operação Calouro, informou que a atividade ilegal era “altamente especializada, lucrativa, organizada e disseminada”. A corporação considerou o golpe nocivo por “ludibriar as instituições de ensino e os alunos que se preparam para o vestibular e são preteridos pelos fraudadores. Além do meio médico, que recebe profissionais alheios aos princípios éticos e a saúde pública, que será atendida por profissionais com sérios desvios de conduta”.


PILOTOS DA FRAUDE
Os dublês
– Universitários que tinham facilidade em várias matérias estudavam as questões do vestibular e usavam documentos falsos para se passar pelos candidatos que contratavam a quadrilha. Com seu bom desempenho, garantiam as vagas dos clientes

Os gabaritos
– Universitários eram contratados pela quadrilha para fingir que faziam o concurso. Seu objetivo real era pegar o caderno de provas. Assim que a saída era liberada, esses pilotos levavam o documento para local acertado pela quadrilha
– O caderno de provas era entregue a uma junta de três pessoas, entre universitários e professores, que resolviam rapidamente as questões
– Os membros da quadrilha usavam transmissores modernos para enviar por rádio ou sinal de celular as respostas. Nas salas de provas os candidatos que contratavam a quadrilha recebiam a solução das questões por meio de pontos eletrônicos acoplados a óculos ou escondidos em carteiras e chaveiros.

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