segunda-feira, 11 de março de 2013

Mulher no comando


O abadiaemfoco salienta a todos que a mulher mais poderosa da PMMG tem raízes martinho-campenses. Conforme informações sua mãe Maria José seria aqui da Badia. Veja a reportagem da revista Veja BH sobre essa mulher de fibra:

Gustavo Andrade/Odin
Quando a advogada Mietta Santiago conseguiu uma sentença judicial que lhe dava o direito de votar, em 1928, inspirou seu amigo Carlos Drummond de Andrade a escrever um poema. “Mulher votando? / Mulher, quem sabe, chefe da nação? / O escândalo abafa a Mantiqueira, / faz tremerem os trilhos da Central / e acende no bairro Funcionários, / melhor: na cidade inteira funcionária, / a suspeita de que Minas endoideceu”, diz um trecho da poesia. Apesar de todas as conquistas femininas que viriam nas oito décadas seguintes - incluindo a eleição da belo-horizontina Dilma Rousseff para a Presidência da República -, talvez o poeta itabirano ainda se espantasse ao ver uma mulher assumir o Comando do Policiamento da Capital. Aos 45 anos, a coronel Cláudia Romualdo é a primeira a ocupar o cargo, com a responsabilidade de garantir a segurança dos 2,5 milhões de moradores da cidade. Com sua pistola calibre 40 sempre na cintura, ela não deixa dúvida de que é durona o bastante para liderar 5 474 policiais (5 166 homens e 308 mulheres). E garante que não é preciso abrir mão da feminilidade para se tornar a mulher mais poderosa da Polícia Militar de Minas Gerais. Em nenhuma hipótese Cláudia sai de casa sem passar seus cremes, o batom cor-de-rosa e o perfume Dolce & Gabbana. “Meu dia começa com um banho seguido de outro banho, o de hidratante”, conta a vaidosa coronel.


Para cumprir seu ritual de cuidados pessoais, levanta-se cedo, às 6 horas da manhã. De banho tomado e já vestida com a farda, liga o walkie-talkie da polícia e sintoniza o rádio da cozinha na Itatiaia. Acompanha as primeiras ocorrências e notícias do dia enquanto faz seu desjejum: café preto, iogurte com granola, pão e requeijão light. “Não sei quando acharei tempo para fazer atividade física e, como a família tem histórico de colesterol alto, procuro controlar a alimentação”, afirma. Não chega a ser um sacrifício. Embora se considere uma cozinheira de mão-cheia de sobremesas e se orgulhe do pudim de leite que faz, Cláudia não dá bola para doces e chocolates, como boa parte das mulheres. “Sou bem saudável, adoro uma salada.” Ela também não gosta de bebida alcoólica e só de vez em quando toma uma ou duas taças de vinho. Depois do café da manhã, faz sua maquiagem: base para esconder as olheiras e uma espinha aqui, outra ali, lápis de olho e batom. Ela gosta de brincos e anéis, mas sua mania são os relógios. Tem uma coleção com dezesseis deles. “Gosto dos robustos e à prova d’água”, diz. Completamente trajada, com o colete à prova de bala e o coldre onde fica presa sua arma, ela segue para o “quarto de estudos”. Lá, a espírita praticante se desconecta do mundo para a leitura de um salmo da Bíblia e um capítulo do livro Palavras de Vida Eterna, de Francisco Cândido Xavier. “A prece é a última coisa que faço antes de sair para o trabalho”, conta. “Depois que tranco a porta, não sei o que vai acontecer.” E não sabe mesmo. Na última segunda (4), quando VEJA BH acompanhou sua rotina, a previsão era que estivesse de volta a sua casa por volta das 20 horas. Mas, às 22h30, ainda se preparava para acompanhar uma ronda no Aglomerado da Serra, o maior complexo de favelas da capital. Só depois dessa missão é que daria por encerrado o expediente.

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