quinta-feira, 6 de março de 2014

Por que o eucalipto é considerado o deserto verde?

Porque eles não são nativos do Brasil e, nas regiões onde foram plantados, reduzem parte da biodiversidade. Como as florestas de eucaliptos têm fins comerciais (para indústria de móveis ou da celulose, por exemplo), muitas áreas são de monocultura, ou seja, grandes terrenos repletos de eucaliptos. Nessas plantações, poucas espécies nativas do Brasil conseguem crescer, o que também afasta muitos animais (que ficam sem ter o que comer). Ou seja, é um “deserto” porque a biodiversidade e a fauna diminuem. “Essas florestas de plantas exóticas não são utilizadas pela nossa fauna da mesma maneira que as florestas nativas. Nelas, a diversidade é muito baixa, em nada se comparando com a biodiversidade presente no Cerrado e na Mata Atlântica”, diz Geraldo Wilson Fernandes, professor de ecologia da UFMG.
O manejo intenso dos eucaliptos e as substâncias químicas que resultam da decomposição das folhas acabam modificando o ambiente, impedindo que a floresta nativa se recupere. Segundo Fernandes, o eucalipto capta muito gás carbônico e, por isso, cresce rapidamente. Ele também retira muita água do solo, gerando impacto negativo nos recursos hídricos.
Claro que nem todas as partes envolvidas concordam com isso. A Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) alega que a sombra das copas das árvores de eucalipto promovem redução na temperatura do solo e incorporam matéria orgânica ao ambiente constantemente (o que acontece com toda espécie de árvore, lembra Fernandes).
Outro ponto defendido pela Bracelpa são os benefícios agregados com a técnica do mosaico florestal (que intercala as florestas plantadas e as naturais). Essa prática ajudaria a biodiversidade e a produtividade, já que as florestas plantadas ocupariam espaços que não seriam adequados à agricultura. De acordo com Fernandes, a estratégia diminui os impactos das florestas de eucaliptos, mas é preciso que haja monitoramento, considerando que as espécies de eucalipto podem invadir e destruir o que sobrou de mata nativa.
(texto da revista superinteressante)

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