A música então vai diminuindo sua intensidade e os últimos foliões deixam a avenida Cel. Pedro Lino. Terça-feira de carnaval realmente é um momento simbólico e cheio de mística. Primeiro pelo fim da folia que já durava, quiçá, quatro ou cinco dias pelas ruas e praças da "Badia", segundo pela chegada da quarta-feira de cinzas, trazendo a religiosidade para junto dos então foliões.
Os pierrôs e as colombinas já não têm força suficiente para jogar confetes e serpentinas; a bandinha já deixa transparecer a saudade ao tocar "Estrela Dalva", último suspiro do carnaval deste ano.
Saio então pelas pedras da rua e o sentimento de dever cumprido já deixa lugar para a hora da Ave-Maria. Enquanto caminho em direção à moradia, a chuva, implacável, cai como se quisesse, de vez, terminar o Carnaval.
A rotina então se transforma em esperança, em espera e em lembranças. O emaranhado da vida teima em pensar que daqui um ano teremos novamente uma chuva de confetes; enquanto a dura realidade nos joga de frente para o cotidiano. Enfim é hora de voltar ao normal e trabalhar. Ficam para trás as marchinhas e as fantasias, vem um novo dia, numa paz de espírito digna do povo martinho-campense.
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