Anos 80, precisamente 1981. Estava eu calmamente andando
pela Avenida Cel Pedro Lino, voltando da Escola Dalila Vieira, na altura do
cinema (já fechado pelo tempo), às 20h00 (numa sexta-feira de janeiro), sob uma
espessa chuva (com o guarda-chuva quase indo embora com o vento), quando de
repente a luz da cidade se acabou, escafedeu-se.
Fique ali , à mercê dos faróis dos fuscas, rurais e corcéis
que circulavam pela avenida, para me orientar e achar novamente o caminho de
casa. Eis que aí me surge a figura de um cururu-teitei, saltando para minha
frente e fazendo com que eu gritasse : OH! Senhor!
Saí correndo, tropeçando nas pedras soltas do calçamento da
rua e sentido o frio dos pingos da chuva que entravam pelos lados. Quando
parei, me refazendo do susto do cururu-teitei, notei que estava em frente ao
cemitério da Badia (bem próximo da minha casa).
Ainda sem luz na cidade (por que antes a Cemig era só Cem,
depois que ficou IG) percebi que um vulto saía de dentro do cemitério e vinha
em minha direção. Minhas mãos congelaram, meus olhos se arregalaram e só
lembrei do gatinho Tupi, minha fera de estimação e de minha mãe.
Porém, pegando com
Nosso Senhor Jesus Cristo, abri minha pasta da escola, retirei uma mini
garrafa de coca-cola e fui em direção a minha casa, O vulto branco também ia
atrás. Quando, perto da venda do Guido o vulto pulou sobre mim. Na mesma
hora adquiri uma força descomunal e enfiei a mini-coca no vulto e
corri gritando para minha casa: Help, Help, Help, Helllllllppppppp!
Entrei em casa, fui pra debaixo da cama e só saí no outro
dia de manhã.
Ao perceber que não tinha ninguém em casa saí pra rua e me
deparei, próximo ao cemitério, com meus familiares e algumas pessoas.
Ajuntei-me a eles e pude notar, na frente de todos, o corpo do meu pobre Tupi,
estendido imóvel, perfurado por uma garrafinha de coca-cola.
Aí eu acordei......
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