terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O Vulto



Anos 80, precisamente 1981. Estava eu calmamente andando pela Avenida Cel Pedro Lino, voltando da Escola Dalila Vieira, na altura do cinema (já fechado pelo tempo), às 20h00 (numa sexta-feira de janeiro), sob uma espessa chuva (com o guarda-chuva quase indo embora com o vento), quando de repente a luz da cidade se acabou, escafedeu-se.
Fique ali , à mercê dos faróis dos fuscas, rurais e corcéis que circulavam pela avenida, para me orientar e achar novamente o caminho de casa. Eis que aí me surge a figura de um cururu-teitei, saltando para minha frente e fazendo com que eu gritasse : OH! Senhor!
Saí correndo, tropeçando nas pedras soltas do calçamento da rua e sentido o frio dos pingos da chuva que entravam pelos lados. Quando parei, me refazendo do susto do cururu-teitei, notei que estava em frente ao cemitério da Badia (bem próximo da minha casa).
Ainda sem luz na cidade (por que antes a Cemig era só Cem, depois que ficou IG) percebi que um vulto saía de dentro do cemitério e vinha em minha direção. Minhas mãos congelaram, meus olhos se arregalaram e só lembrei do gatinho Tupi, minha fera de estimação e de minha mãe.
Porém, pegando com  Nosso Senhor Jesus Cristo, abri minha pasta da escola, retirei uma mini garrafa de coca-cola e fui em direção a minha casa, O vulto branco também ia atrás. Quando, perto da venda do Guido o vulto pulou sobre mim. Na mesma hora  adquiri uma força  descomunal e enfiei a mini-coca no vulto e corri gritando para minha casa: Help, Help, Help, Helllllllppppppp!
Entrei em casa, fui pra debaixo da cama e só saí no outro dia de manhã.
Ao perceber que não tinha ninguém em casa saí pra rua e me deparei, próximo ao cemitério, com meus familiares e algumas pessoas. Ajuntei-me a eles e pude notar, na frente de todos, o corpo do meu pobre Tupi, estendido imóvel, perfurado por uma garrafinha de coca-cola.
Aí eu acordei......

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