sexta-feira, 6 de abril de 2012

História do Farricoco




Martinho Campos tem uma característica, não só dela, que ora encanta, ora espanta: são os apelidos de seus moradores. Alguns carinhosos, alguns maliciosos, alguns pornográficos e muitos são os apelidos criativos. Temos diversos pássaros: pinhé, pardal, tiziu, melro, canarinho, tico-tico...outros animais: marimbondo, tiú, tatu...
A variedade é muito grande assim como a criatividade.
Mas chamo sua atenção para o apelido que colocaram em meu avô: “Furricoco”; e eu, por herança, adquiri o tal apelido durante vários anos, principalmente quando “jogava” uma bola no clube do Abadia, onde tínhamos um time realmente bom.
O apelido Furricoco me incomodava um pouco pelo fato de estar relacionado a coisa ruim. Todavia, após fazer uma pesquisa descobri que o apelido estava errado, teria que ser Farricoco conforme descrito abaixo.
"Na Quarta feira de trevas, acontece a Procissão do Fogaréu, única neste estilo realizada no Brasil. Simboliza a busca e prisão de cristo. Dela participam personagens encapuzados, denominados Farricocos que seriam penitentes e mantenedores da ordem. Tais personagens, são os que mais se assemelham aos existentes na Semana Santa espanhola. Cerimônias Litúrgicas e para-litúrgicas. A procissão tem início por volta das 00:00hs., com a iluminação pública apagada e ao som de tambores, saindo de frente da porta do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, na praça principal. Segue rápida e desordenadamente até às escadarias da Igreja de N.S. do Rosário, onde encontrarão a mesa da última ceia já dispersa. Daí, segue em direção a Igreja de São Francisco de Paula, que no ato simboliza o monte das oliveiras, onde se dará a prisão de Cristo, representado por um estandarte de linho pintado em duas faces pelo artista plástico Veiga Valle, no sec. XIX. Nesta cerimônia, o único ato litúrgico, é a homilia realizada pelo Bispo Diocesano, no pátio da Igreja de S. Francisco. Após a homilia, a procissão continua até o ponto de origem, encerrando. Musicalidade.
O Farricoco espelha um homem encapuçado representando um soldado romano em peregrinação à procura de Jesus. Nas mãos levava uma matraca ou uma fogaréu."
A diferença entre esse personagem e o autor desse texto é que, enquanto o Farricoco procura Jesus para prendê-lo, o subscritor O procura para pedir, agradecer e adorar.


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