Martinho Campos tem uma característica, não só
dela, que ora encanta, ora espanta: são os apelidos de seus moradores. Alguns
carinhosos, alguns maliciosos, alguns pornográficos e muitos são os apelidos
criativos. Temos diversos pássaros: pinhé, pardal, tiziu, melro, canarinho,
tico-tico...outros animais: marimbondo, tiú, tatu...
A variedade é muito grande assim como a
criatividade.
Mas chamo sua atenção para o apelido que
colocaram em meu avô: “Furricoco”; e eu, por herança, adquiri o tal apelido
durante vários anos, principalmente quando “jogava” uma bola no clube do
Abadia, onde tínhamos um time realmente bom.
O apelido Furricoco me incomodava um pouco pelo
fato de estar relacionado a coisa ruim. Todavia, após fazer uma pesquisa
descobri que o apelido estava errado, teria que ser Farricoco conforme descrito
abaixo.
"Na Quarta feira de trevas, acontece a
Procissão do Fogaréu, única neste estilo realizada no Brasil. Simboliza a busca
e prisão de cristo. Dela participam personagens encapuzados, denominados
Farricocos que seriam penitentes e mantenedores da ordem. Tais personagens, são
os que mais se assemelham aos existentes na Semana Santa espanhola. Cerimônias
Litúrgicas e para-litúrgicas. A procissão tem início por volta das 00:00hs.,
com a iluminação pública apagada e ao som de tambores, saindo de frente da
porta do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, na praça principal. Segue rápida e
desordenadamente até às escadarias da Igreja de N.S. do Rosário, onde
encontrarão a mesa da última ceia já dispersa. Daí, segue em direção a Igreja
de São Francisco de Paula, que no ato simboliza o monte das oliveiras, onde se
dará a prisão de Cristo, representado por um estandarte de linho pintado em
duas faces pelo artista plástico Veiga Valle, no sec. XIX. Nesta cerimônia, o
único ato litúrgico, é a homilia realizada pelo Bispo Diocesano, no pátio da
Igreja de S. Francisco. Após a homilia, a procissão continua até o ponto de
origem, encerrando. Musicalidade.
O Farricoco espelha um homem encapuçado
representando um soldado romano em peregrinação à procura de Jesus. Nas mãos
levava uma matraca ou uma fogaréu."
A diferença entre esse personagem e o autor desse
texto é que, enquanto o Farricoco procura Jesus para prendê-lo, o subscritor O
procura para pedir, agradecer e adorar.
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