Certa feita, nos anos 70/80, quando ainda não existia
chuveiro em todas as casas da nossa Badia, o Geriowaldo, muito esperto,
resolveu improvisar um nos fundos de sua casa e aposentar aquele banho de gato
que então era costume.
O “cabra” pegou uma lona e cercou um pedaço de chão rente à
parede dos fundos da cozinha da casa e com a ajuda de bambus armou uma
verdadeira barraca. Comprou um chuveiro de segunda mão e com o auxílio de umas
“gambiarras” colocou o aparelho em pé dentro do barraco por ele armado.
Como não tinha conhecimento de eletricidade pegou alguns
metros de fio de uma antena que estava encostada no quintal e ligou o chuveiro
na energia com aquele fio da antena. Para arrematar ele colocou alguns vasos de
plantas e pôsteres de atrizes como enfeite do então cômodo do chuveiro de sua
casa.
Como era costume tudo aquilo que ele inventava tinha como
convidado especial o cumpade Zé Gagueiteira, seu fiel escudeiro e amigo
inseparável. E assim se desenrola a história: era uma sexta-feira, dia de dar
umas voltas na praça da matriz para ver se arrumava alguma louca, digo,
namorada. Nesta dia especial Geriowaldo
entra no banheiro e liga a luz que ele também tinha instalado. Funcionou; alegria e palmas por parte do Gê e de seu
cumpade. Aí o Geriowaldo tirou a roupa e ligou o chuveiro; mais palmas e alegria. Porém, como a física é
perfeita, os fios da antena não suportaram a energia que ali veiculava e então
aconteceu que os fios pegaram fogo e este fogo foi se alastrando pelo chuveiro
afora, estourou o chuveiro e pegou fogo na lona, provocando aquele incêndio
generalizado. Resultado: o Zé Gagueiteira foi parar de correr e de rir lá na
Igrejinha do Monte e o Geriowaldo coitado, pelado do lado do pé de jabuticaba, atrás da privadinha, esperando o fogo acabar para ele entrar em casa e vestir uma roupa. Nunca mais
quis inventar nada (que dependesse de física ou química) e ainda ficou sendo
chamado por meses de fio de antena lá na Escola Dalila Vieira.
Obs. Apesar de ser uma história real isso nunca deve ser
feito, em hipótese alguma.
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