sábado, 15 de junho de 2013

Kaxixós - Parte 2

Mais de 200 pesoas, a maioria produtores rurais das cidades de Martinhos Campos e Pompéu, no Centro-Oeste do estado, realizaram nesta sexta-feira (14) um manifesto pacífico contra a demarcação de terras da Fundação Nacional do Índio (Funai) para os índios da tribo Kaxixó na região.
Segundo o produtor rural Álvaro Dornelles de Valadares Machado, a intenção foi chamar a atenção do governo para a situação, já que eles perderam as terras e não foram indenizados. “Existem famílias que tinham propriedades há mais de 200 anos aqui e que tiveram as terras demarcadas pela Funai sem explicação alguma. As cidades têm como base a agricultura e a pecuária. Sem o nosso trabalho, o município sofrerá, com certeza”, comentou.
A Polícia Militar Rodoviária esteve no local dando auxílio às paralisações que ocorrem a cada 15 minutos na MG-164. Segundo o produtor, eles levaram para o local veículos agrícolas, além de faixas e cartazes, e a cada parada eles explicarm para os motorisas os motivos do protesto. Segundo o produtor, além deles, participam do movimento estudantes da região. Ainda de acordo com Álvaro Dornelles, cerca de 90 índios fazem parte da tribo Kaxixó e muitos trabalham para alguns produtores. “Esperamos com esta manifestação que a população seja informada sobre o que está acontecendo. Têm muitas terras produtivas aqui e estamos sendo massacrados com estas demarcações, ainda por cima sem indenização da Funai”, comentou.
A produtora Inês Valadares falou que o problema se arrasta a algum tempo e que a manifestação se deu devido à falta de medidas por parte da Justiça. "É o primeiro momento de união do produtor rural, porque esse problema já tem 19 anos. O que acontece é que o mineiro é mais confiante, então nós achávamos que a Justiça resolveria nosso caso, mas estamos vendo que o país está atravessando um momento difícil e no meu entender o governo está perdendo o controle. Por isso, o nós temos que gritar e chamar atenção”, disse.
O manifestante Marinho José Campos disse que várias dessas pessoas as quais as terras foram destinadas, na verdade não são indígenas. “Tem que mostrar às autoridades o que estamos passando, porque isso é uma coisa que foi inventada. Na verdade isso é uma indústria de índio porque a maioria é como a gente e muitos trabalham para mim”, afirmou.
O produtor rural Teodorico Jadir Cordeiro falou que os índios estão sendo “fabricados”. “É justo dar terras para índios onde existe índios. Eu conheço o Brasil inteiro e sei que tem lugares que realmente tem tribos tradicionais e em Pompeu foram tribos fabricadas pela Funai e eu acho um absurdo esse país começar a fabricar índios”, disse.
A paralisação que ocorrera no Centro-Oeste de Minas Gerais também aconteceu em outras rodovias do país.
Aldeia Kaxixó!

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