(Texto Do Jornal EM)
Brasília – Um governo que não começou. São exatos 100 dias, completados na próxima sexta-feira, e a presidente Dilma Rousseff (PT) não conseguiu sair das cordas. A face mais visível da nova gestão nestes três primeiros meses, diante dos escândalos de corrupção que parecem não ter fim, é a paralisia. Pior: o desemprego bate na porta dos brasileiros e as projeções de crescimento para 2015 são as piores possíveis. O país do “governo novo, ideias novas”, vendido durante a campanha eleitoral, não conseguiu espantar o fantasma da inflação. Medidas impopulares foram tomadas diante da necessidade de ajuste urgente das contas.
Com o cinto mais apertado, as ruas, inflamadas pela oposição, já começaram a mandar o recado. A presidente também enfrenta dificuldades para convencer até os aliados. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) criticou os tarifaços de luz, água e combustíveis. No plano político, o diálogo com a outra metade do Brasil, prometido por Dilma em discurso logo após a divulgação do resultado da eleição, não aconteceu. A presidente “que não escuta ninguém” se isolou ainda mais. Diante das crescentes denúncias de corrupção, mergulhou logo no primeiro mês de sua segunda gestão. Saiu da toca em seguida, mas ainda não conseguiu colocar em prática o plano de recuperação de sua popularidade. Cientistas políticos ouvidos pela reportagem apontam que a presidente falhou ao escolher como principal interlocutor político alguém controverso como o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Alegam que falta articulação política para flexibilizar as importantes relações com o Congresso Nacional.
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