Mais um passo foi dado em Minas Gerais para o processo de beatificação de Padre Libério Rodrigues Moreira, conhecido como Padre Libério. Na noite de quarta-feira foi feita a exumação do corpo do sacerdote mineiro, que viveu de 1884 a 1980. O processo ocorreu no cemitério de Leandro Ferreira, no Centro-Oeste de Minas, e foi acompanhado por representantes do Vaticano. Os restos mortais serão tratados e levados, em 12 de março, para a paróquia do município, onde ficarão depositados.
A exumação é uma das etapas da beatificação. “Está dentro do processo. Consta a exumação do corpo e a colocação dele no lugar propriamente eclesiástico, sob os cuidados da Igreja. É isso o que vamos fazer em breve”, explicou o bispo José Carlos Souza Campos, responsável pela Diocese de Divinópolis, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
A verificação do corpo do padre, que está enterrado no cemitério há 35 anos, foi feita por aproximadamente 10 pessoas, entre elas os técnicos de Roma, padre Paolo Lombardi e Paolo Vilotta. Ambos participaram de outros processos no Brasil, como os de Inhá Chica, Irmã Dulce, Irmã Benigma e Irmão Victor. A retirada dos restos mortais emocionou quem acompanhou o processo. “Foi de fato muito marcante, dentro de um rito litúrgico. Quando se quebrou a pedra de mármore onde estava sepultado Padre Libério, e assim que vimos o caixão, fizemos orações, incensamos os restos mortais e cantamos”, comentou o bispo José Carlos.
Foram retirados pequenos fragmentos de ossos, que, segundo o bispo, “cabiam em duas mãos juntas”, e fragmentos de roupas, como camisa, calça, túnicas, estola e do caixão. “Será feito um sarcófago ao fundo da igreja onde serão depositados os restos mortais. Continuando o processo e, chegando a uma beatificação ou canonização, será tirado e colocado em um local mais adiante da igreja”, afirmou José Carlos.
A primeira etapa para o processo de beatificação está no fim. Foram reunidos depoimentos de pessoas que conheciam o religioso ou tiveram contato com ele, e a remontagem de trajetórias de Padre Libério. As comissões percorreram cidades onde ele viveu, como Lagoa Santa, São José da Varginha, Pará de Minas, Leandro Ferreira, Divinópolis, Pitangui e Nova Serrana, onde juntaram documentos. “Essas duas coisas estão praticamente prontas. Estão sendo revisadas. A parte das entrevistas está praticamente terminada, até com excessivos personagens. E a parte do relatório histórico está sendo revisada, para deixar no formato exigido pela congregação da causa do santo”, disse o bispo.
Entre as graças atribuídas a Padre Libério que ganharam fama no país está o caso do estudante Walace de Souza, de Pará de Minas. Ele foi atropelado quando participava de uma romaria. Levado ao hospital com hemorragia interna e fratura na bacia, os médicos chegaram a desenganá-lo diante da família. O rapaz foi curado, segundo relatos de moradores, depois de um pedido da avó ao Padre Libério. Três possíveis milagres estão sendo analisados.
(texto do Portal Uai)
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