Certa feita Geriowaldo, muito ladino e sapeca, estava a
observar o cumpade Zé Cagueteira pintando a torre da Igreja matriz da Badia, pensando como podia atazanar a vida do pobre
coitado. O Zé encontrava-se pendurado num banquinho, sustentado por uma corda
grossa passada por uma roldana lá no cume da Igreja.
Estava o Gê remoendo
em seus pensamentos quando passa o Olegarino Gertrudes (nome fictício), sujeito
meio doidão (de nascença) e que gostava de tomar uns mé, pela rua principal,
ali pertinho do banco do Bemge. O Olegarino não gostava que o chamassem de “boicuzó”
(este apelido ele ganhara por causa de uma chifrada nos fundilhos, dada pelo
boi do Tenório Virgulino. Ele ficava irritado e xingava e jogava pedra, fazia o
escambau.
O Geriowaldo chama o Olegarino e fala assim com ele:
___Olegarino, olha lá na torre da Igreja. Quem tá lá
pintando é o Zé Cagueiteira. E ele falou seu apelido mais de dez vezes aqui pra
nós e ainda contou pras moças ali da loja o porquê do apelido.
Nisso o Olegarino se enfurece, fica vermelho e começa a
xingar o Zé Cagueteira. O Geriowaldo, matreiro, pegou uma faca de plástico
(daquelas de sorvete seco) e deu pro Olegarino ir lá cortar a corda que
sustentava o banquinho do pintor.
___ Vai lá Olegarino – dizia o Gê – cortas a corda daquele
safado que ele cai.
Aí o Olegarino foi e começou a balançar a corda, gritava pro
Zé e passava a faca na corda.
O Zé começou a desesperar, achando que o Olegarino estava
mesmo cortando a corda de sustentação, começa a gritar e segura nos ponteiros
do relógio. Após muito alvoroço e muita gritaria do horrorizado Zé, o Geriowaldo com medo do Zé cair corre lá e tira o Olegarino.
Resultado da história. O Zé Cagueiteira se borrou todo,
ficou de mal do Geriowaldo por meses e até hoje os ponteiros do relógio são
meio tortos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário